terça-feira, 28 de julho de 2009

Reportagem sobre o acordo entre Petrobras e CTC que garante retomada das obras e dos empregos.

Obras do Comperj serão retomadas nos próximos dias
27/07 às 21h07 Ramona Ordoñez - O GloboReuters/Brasil Online

As obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), em Itaboraí, devem ser retomadas a partir desta terça-feira, depois de estarem paradas desde a última quarta-feira, dia 22 de julho. Na segunda-feira, 27, a Petrobras, informou que fechou um acordo com o Consórcio Terraplenagem Comperj (CTC) - formado pela Andrade Gutierrez, Odebrecht e Queiroz Galvão -, responsável pelas obras de terraplanagem, após negociações nos últimos dias.

Pelo acordo, será assinado um aditivo pelo prazo de 60 dias, pelo pagamento das obras nos dias parados por causa de chuvas. Desde o dia 22, as obras foram paralisadas e os cerca de 3.700 empregados ficaram de aviso-prévio, porque, devido ao grande volume de chuvas que tem atingido a região nos últimos meses, a verba prevista no contrato para cobrir os gastos com as paralisações durante as chuvas teria se esgotado.

Valores de aditivo não são divulgados

A Petrobras não informou qual é o valor do aditivo ao contrato, mas acredita que as obras sejam retomadas rapidamente com todos os 3.700 trabalhadores. Com o acordo fechado nesta segunda, a Petrobras garante a continuidade das obras até que um novo acordo seja firmado para buscar uma solução que atenda os interesses de ambas as partes.

A empresa disse também que a "paralisação parcial das obras não tinha nenhuma relação com um possível questionamento do Tribunal de Contas da União sobre o valor pago ao consórcio de construtoras". O TCU informou na semana passada estar investigando os contratos feitos no Comperj.

Uma fonte da Petrobras informou na semana passada que a estatal recebeu, no início deste mês, um relatório preliminar do TCU que, entre outros itens, questionava o pagamento pelos dias parados das obras por causa de chuvas. Apesar de o TCU não ter determinado à estatal a paralisação das obras, a Petrobras teria decidido, por precaução, suspender os serviços.

Um projeto de US$ 8 bilhões

O Comperj é o maior investimento privado do país. O volume de recursos previsto no projeto é de US$ 8 bilhões ou cerca de R$ 16 bilhões, e a projeção é de que sejam criados mais de 200 mil empregos no período de obras. Estima-se que o complexo entre em operação em 2012.

O principal objetivo do empreendimento é aumentar a produção nacional de petroquímicos, com o processamento de cerca de 150 mil barris/dia de petróleo pesado da Bacia de Campos. Será a única unidade do mundo capaz de processar esse tipo de petróleo.

O petróleo pesado é mais comum no Brasil. No entanto, a maior parte das refinarias brasileiras foi construída para processar o leve, o que leva o país a ter de importar derivados de petróleo. Com o Comperj, estima-se que a economia de divisas para o país será de US$ 2 bilhões/ano.

Fonte: Reportagem do Jornal O GLOBO (27/07/09)

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