sexta-feira, 31 de julho de 2009

Relatoria da visita dos representantes da CEAI ao Centro de Gerenciamento de Resíduos (C.G.R.) de Paulínia

A visita ao aterro de Paulínia deu-se pelo convite feitos ás lideranças estudantis, entre outras, pelo consórcio de empresas que desejam a construção do CTR e que desdenham de um movimento popular INDEPENDENTE e articulado na sociedade itaboraiense.
A CEAI enviou dois representantes, escolhidos em uma reunião com os estudantes presentes na palestra que o consórcio fez no dia 05 de Junho, na Câmara Municipal de Itaboraí, e foram escolhidos Patrícia Duarte e Thiago Rocha.

O Trajeto ao Aterro:
Ao longo da rodovia que liga Campinas (aeroporto) à Paulínia, têm-se instaladas diversas indústrias, como distribuidoras de combustíveis, metalúrgicas, fábricas de tintas, de construção civil, de fabricação de derivados de petróleo (Pneus), madeireiras, entre outras, e também a ocorrência de poucas casas, devido à região ser predominantemente industrial e inibir a construção de moradias, deixando as vastas terras não ocupadas ou servindo ao plantio de canaviais.
A rua que é destinada apenas ao recebimento de carretas de lixo, para o aterro, apresenta-se asfaltada e devidamente monitorada, entretanto, vê-se quantidade excessiva no tráfego das carretas, que carregam em média 27 ou 30 toneladas de resíduos para deposição.
Conforme dito pelos representantes da ESTRE, o eixo viário de Paulínia possui 6 corredores de ligação. Mas em Itaboraí apenas 3. Aí fica a pergunta: como podem destinar a mesma quantidade de lixo de Paulínia em Itaboraí, quando aqui só tem metade dos corredores?

O Aterro:
Algumas questões em relação à empresa ESTRE Ambiental S.A. (que junto a EMPRESOL e a PRISMA formam o CTR-Itaboraí) foram respondidas:

A capacidade máxima do aterro de Paulínia é a mesma do futuro aterro de Itaboraí, ou seja, 5000 toneladas/dia de resíduos para a deposição final, não estando nesta conta os resíduos tratados e que voltam para sua origem ou para outros meios, como brita ou os que vão para reciclagem.
Parece realmente estar concretizada a vinda de uma fábrica de tintas para Itaboraí (uma das mais poluidoras do mundo), conforme confirmado pela ESTRE e por algumas lideranças comunitárias, que será instalada próxima ao futuro lixão.
No CTR, em Itaboraí, será construída uma estação de tratamento de esgoto para tratar apenas o chorume gerado pelo aterro. Em Paulínia chega a uma quantidade de 400 Litros por minuto. Em Itaboraí será a mesma quantidade ou superior.
Vê-se uma falta de controle pela empresa, pois o bairro mais próximo ao aterro está se aproximando do mesmo, ficando a mais ou menos uns 800 metros do montante de lixo.
Foi afirmado que a empresa prefere o lixo industrial, pois este é mais bem pago, e que os “ambientalistas” da empresa se esforçam para fechar lixões irregulares, que, do ponto da vista da CEAI, demonstra uma exorbitante vontade de acabar com concorrentes, caracterizando ainda mais o perfil empresarial do consórcio.
Empregos a serem gerados no CTR em Itaboraí: 116 diretos e mais 50 da cooperativa de reciclagem que não pertencerá ao CTR. Assim a empresa gerará somente 116 empregos, sendo que a população de Itaboraí não tem certeza de que nenhum desses empregos será para moradores da nossa cidade.
O montante de lixo atingirá, ao final da vida útil do lixão, 60 metros. (A altura de um prédio de 20 andares).
Todo o biogás gerado pelo lixo é queimado e transformado em energia. No ponto de vista da CEAI, em um país que tem por excelência a geração de energia limpa, pelas hidrelétricas, a geração de energia por queima de gás será um afronto ambiental não só à cidade, mas a todo o país e ao esforço de preservação ambiental internacional.

Principais questões:
Durante a apresentação do projeto, a ESTRE apresentou duas das principais razões de porque a CEAI é contra o LIXÃO:
Não é garantido que o lixão tratará o lixo domiciliar de Itaboraí.
Itaboraí receberia lixo de diversas cidades até totalizar o montante de 5000 Toneladas/dia, o que garante que este lixo venha de qualquer parte do país, desde que seja interessante economicamente para a empresa.
Após o início das operações e ao atingir a capacidade máxima do aterro, o que pode ocorrer em prazo curto, as vias de acesso à Itaboraí e outras ruas estariam recebendo, juntas, mais de 185 carretas, por dia, transportando resíduos, cada uma carregando, em média, 27 toneladas de lixo de diferentes lugares.
Além do mau odor, que é forte, e que por relatos dos moradores de Paulínia, algumas vezes por mês invade a cidade, fazendo com que toda a população sofra ao respirar o mau cheiro.
A principal questão confirmada foi de que a empresa convidou todos os vereadores de Itaboraí para visitarem o CGR de Paulínia, e eles foram antes de Março ainda. Daí fica a pergunta, algum cidadão de Itaboraí sabia que a ESTRE pretendia construir um aterro em Itaboraí?
Também foi cogitado, durante a visita, e que parece confirmado, que o principal acionista da EMPRESOL, empresa que forma o consórcio do CTR, pertence a um dos maiores investidores e marketeiros da cidade, que embora seu nome seja de conhecimento público, ainda não foram oficialmente citados.

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