terça-feira, 13 de outubro de 2009

ESCLARECIMENTOS DA CEAI SOBRE O LIXÃO

A Comunidade dos Estudantes e amigos de Itaboraí, tendo em vista a falta de transparência e esclarecimento pelos órgãos públicos e por boa parte da imprensa local, vem por meio desta prestar esclarecimentos sobre o Centro de Tratamento de Resíduos (lixão) de Itaboraí. A CEAI repudia o lixão e todas as mazelas envolvidas com o mesmo, devido a várias situações que o rodeiam.

Existe desde o início de todo o processo planejado para se instalar o CTR em Itaboraí situações nebulosas, e a primeira dela é a data que a Câmara Municipal usou para fazer a votação da mudança de zoneamento da Fazenda Itapacorá.

A data escolhida para a votação para a mudança de zoneamento foi dia 28 de Dezembro de 2008, ou seja, o último dia de funcionamento da Câmara antes da passagem de governo. Outro ponto obscuro em todo esse processo é justamente a mudança do zoneamento da Fazenda Itapacorá, uma região com características totalmente rural, sendo zoneada como industrial da noite para o dia, sem que se tenha feito nenhum estudo prévio por parte da Prefeitura que justificasse ou apontasse as características de zona industrial da referida área.

A implantação do aterro sanitário de Itaboraí por parte da empresa ESTRE, está prevista para ocupar uma área de dois milhões de metros quadrados, por pelo menos 54 anos e ao final do tempo de vida útil do aterro, praticamente nada poderá ser construído nessa área. Na audiência pública promovida na Câmara Municipal ficou claro que o interesse da empresa ESTRE é o lixo industrial, independente da sua fonte, ou seja, Itaboraí estará recebendo lixo de qualquer lugar que queira pagar para a empresa ESTRE para recolher seu lixo.
Com o intuito de maquiar a verdade nessa mesma audiência foi afirmado que a população de Itaboraí não verá as centenas de caminhões de lixo que entrarão e sairão de Itaboraí, quanto mais sentirão o mau cheiro do chorume que os mesmos despejarão, dizendo que a rota que os caminhões farão não passará pelo perímetro urbano da cidade, porém, a CEAI rebateu, afirmando que para os caminhões chegarem até o aterro os mesmos teriam que passar por Manilha que é 2º distrito mais populoso de Itaboraí e que já enfrenta problemas de congestionamento em todos os feriados e finais de semana prolongados e por outro lado os caminhões também teriam que passar pela Reta, que conta com casas a poucos metros das estradas.
Os representantes da ESTRE se mostraram pouco interessados no bem estar da população itaboraiense, quando foram questionados quanto ao crescimento populacional que Itaboraí terá com o advento da instalação do COMPERJ. Soma-se a isso, as centenas de caminhões de lixo que passarão em Itaboraí, caminhões esses que estariam piorando ainda mais a qualidade de vida na cidade. Em resposta os representantes da ESTRE friamente disseram que para a empresa, o que conta é o presente e que não cabe a eles a preocupação para gerar garantias de uma melhor estrutura para a região no futuro.
Sem contar que a mesma pessoa que disse não ter preocupação com o futuro de Itaboraí, foi condenada a devolver R$ 3.000.000,00 aos cofres públicos por improbidade administrativa envolvendo a Companhia de Lixo de Niterói (CLIN), e por responder por crime ambiental por depositar lixo em local não apropriado, não separarando o lixo hospitalar de lixo doméstico e não captar chorume produzido no aterro que administra, além de ter elaborado um projeto de lei que permitiria a criação de um aterro sanitário dentro do Parque Estadual da Serra da Tiririca.
Destacamos também o descaso dos vereadores, que contrariando a vontade da população, aprovaram o projeto de Lei do Lixão e favoreceram aqueles que em nome de seus lucros e ganhos, tripudiam do bem estar da cidade, como também o prefeito que para fugir do foco das polêmicas se omite em silêncio para mais tarde não ser lembrado como causador da insanidade de se receber na cidade lixo de toda parte, porém, aquele que tem o poder de mudar essa situação e se omite é tão responsável quanto os que votaram favoravelmente a essa Lei.

A CEAI condena veementemente essa postura de descaso com a população itaboraiense, tanto por parte da empresa que pretende se instalar em nossa cidade, só tendo a preocupação do lucro, quanto por parte do poder público que fecha os olhos para o quadro que se apresenta, ou pior, trabalha de forma escusa sem pensar naqueles que os elegeram para que defendam os direitos da população do município e não dos interesses de empresário que querem seu lucro a qualquer custo.


Comunidade dos Estudantes e Amigos de Itaboraí

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